quarta-feira, 24 de março de 2010

MESTRE TONI VARGA MUSICALIDADE

Poderia falar aqui da importância do ritmo e das cantigas na prática da capoeira, no quanto os fundamentos rítmicos são vitais na preservação do ritual e da tradição, no quanto é fundamental para a identidade de nossa arte que continuemos tocando nossos instrumentos e cantando as cantigas que fazemos e as que herdamos dos capoeiristas que nos antecederam.
Só que, hoje em dia, eu acredito que, felizmente, a maioria das pessoas que pratica capoeira já sabe disso. Acho que nenhum capoeirista de verdade, por mais que seja iniciante, desconheça ou discorde do fato de que o ritmo é a “alma da capoeira”. Gostaria de falar de sentimento e com sentimento, porque estou certo de que existem coisas que não bastam ser compreendidas... ...Não basta, por exemplo, que aprendamos que uma ladainha deve ser ouvida com respeito porque assim manda a tradição; é preciso que ela acorde alguma coisa em nossa alma, que a pele fique arrepiada, que a vontade de agachar ao pé do berimbau seja forte, que tenhamos, nesse momento, a certeza da grandiosidade da nossa arte popular. Talvez, passar isso seja muito difícil, principalmente através de palavras. Talvez possamos apenas partilhar na roda, cantando e comungando com os outros ao som do berimbau.

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