quinta-feira, 9 de julho de 2009

1 Preimeiro em Comtro de Capoeira em Fraiburgo











GERAIS DE BALSAS, RIMA E EUCLIDES DE CARLI – A DEFESA INTRANSIGENTE DO MEIO AMBIENTE DA SOJA

O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para o desmatamento de mata nativa e de plantio de grãos em mais de 11.000 hectares, nos Gerais de Balsas, desentranhado pela Terra Consultoria Agropecuária e Industrial, incensa o senhor Euclides de Carli, pretenso proprietário das treze fazendas, municípios de Balsas, Tasso Fragoso e Alto Parnaiba, que constam neste relatório e de mais outras tantas que de nada se sabe, como só se vendo pra crer: “O proponente é detentor de vasta experiência tanto como técnico como agricultor...Este tem participação ...na instalação do Projeto Batavo Nordeste, situado nos Gerais de Balsas...o mesmo possui um corpo técnico altamente capacitado...”. Aqui vemos o RIMA angariando fundos sentimentais através de uma peça publicitária do tipo que se vê em propaganda política – saiba onde ele nasceu, onde e com quem ele trabalhou e etc. Como o Rima fez o favor de apresentar o senhor Euclides de Carli para possíveis leitores do documento, seria bom emoldurá-lo com outras versões.
Entre o ano de 2007 e 2008, a engenheira-agrônoma Cristiane Macau, colaboradora do Fórum Carajás, prestava serviço para a Associação Camponesa num projeto de reflorestamento das margens do Rio Peixe, comunidade de Buritirana, município de Balsas, financiado pelo Programa de Pequenos Projetos do ISPN(Instituto Sociedade População e Natrueza) a partir de recursos do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Um projeto como esse, desperta pouca atenção para quem quer que seja por enfardar pouco recurso comparado com outros projetos que são diligenciados para a Amazônia e ainda por cima se convencionou os Gerais de Balsas como área propícia para a lavoura mecanizada de grandes extensões. Pode parecer pouco, mas para a comunidade de Buritirana que foi encalacrada pela monocultora da soja no baixão, esse pouco significou um novo cruzamento com a parte mais alta sem desmatamentos e agrotóxicos. Persiste nessa área uma confusão fundiária que se deve ao fato de que vários documentos transitam no cartório de Balsas sem que saiba exatamente de quem é a terra e isso mesmo em áreas com título do governo do Maranhão. O senhor Euclides de Carli se beneficia dessa situação e em certa data alguém comenta com a Cristiane Macau que as atividades dela na Buritirana eram de conhecimento de Euclides de Carli.
Numa outra conversa, entre o próprio e o Antonio Criolo, dirigente da Comissão Pastoral da Terra de Balsas e presidente do Fórum Carajás, ele propôs um acerto em que devolvia as áreas em que comunidades moravam e que elas tinham títulos do governo do estado desde o governo repusesse a sua perda com outras áreas. Só o fato dele querer afiançar um acerto desses com alguém da CPT corrobora a hipótese de que o senhor Euclides de Carli é um dos maiores especuladores de terra da região de Balsas. Outro caso que se ficou sabendo foi a partir de uma conversa em que um dito proprietário de terras em Alto Parnaiba denunciava a presença de pistoleiros do senhor Euclides de Carli os quais impediam a sua entrada.
No processo de licenciamento dos mais de onze mil hectares, a Comissão Pastoral da Terra de Balsas em articulação com outros movimentos impede que a audiência pública aconteça em Balsas pelas inúmeras falhas presentes no relatório de impacto ambiental e no processo de licenciamento. Uma das exigências feitas para que a audiência ocorra em um futuro incerto é que se faça a análise da cadeia dominial das fazendas.
Segundo o senhor João Fonseca, associado da ACA, a fazenda São Vicente que foi indicada como compensação de reserva legal para várias áreas que podem ser desmatadas é um assentamento.
Esse licenciamento como outros na bacia do rio Balsas e na bacia do rio Parnaíba demonstram a falta de política ambiental do governo do Maranhão, visto que mesmo que o empreendimento seja licito a secretaria do meio ambiente em nenhum momento pede como medidas compensatórias a criação de unidades de conservação e investimento em extrativismo. Os desmatamentos das Chapadas no cerrado sul-maranhense atingem principalmente o extrativismo de frutas praticado pelas comunidades.

Mayron Régis, assessor de comunicação Fórum Carajás

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Correios lançam selo em homenagem a cultura afrodescendete durante abertura de Exposição Afro-Brasileira

Correios lançam selo em homenagem a cultura afrodescendete durante abertura de Exposição Afro-BrasileiraA 1ª Exposição Afro-Brasileira de Maringá, que reúne trabalhos do fotógrafo Erácleo Hidzinsk, telas de Orixás e trajes africanos, foi aberta nesta quinta-feira

A 1ª Exposição Afro-Brasileira de Maringá, que reúne trabalhos do fotógrafo Erácleo Hidzinsk, telas de Orixás e trajes africanos, foi aberta nesta quinta-feira (4), no Teatro Calil Haddad. Durante a abertura do evento, a Agência dos Correios de Maringá, lançou o selo “Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira”, que será emitido para o mundo inteiro. Marli Odete Russo, representante dos Correios, participou da abertura do evento para lançar o selo. “Nossas agências se sentem honradas de fazer parte desse evento. A empresa, quando lança um selo, prima pelos valores nacionais e sócio-culturais do Brasil. Para lançar um selo, o tema deve ter expressividade, ser revelante para o nosso país, pois não fica somente no âmbito nacional. Com o tema desse lançamento de hoje, emitimos mais de 10 milhões de selos, que serão transportados para o mundo inteiro”, cometou Marli. Durante a abertura oficial, o Teatro Calil Haddad recebeu estudantes de escolas da rede municipal que acompanharam as apresentações culturais do grupo de break Psic Boys e de Capoeira. Também visitaram a exposição que traz em suas telas a cultura afro e suas vertentes.Para o assessor municipal de Promoção da Igualdade Racial, Ademir Félix de Jesus, a exposição traz trabalhos de artistas maringaenses afro-descendentes. “Hoje estamos aqui mostrando alguns elementos que fazem parte da história dos primeiros africanos que chegaram ao Brasil. Para abrir este encontro, nada mais justo do que mostrar um pouco da cultura afro-brasileira que é tão rica, com os grupos de capoeira e Psic Boys, que são fruto dos trabalhos desenvolvidos com essas crianças e adolescentes em nosso município”, falou o assessor, agradecendo os parceiros. “Esse trabalho foi concretizado graças ao apoio de outras secretarias”. A exposição fica aberta até o dia 30 deste mês e é promovida pela Prefeitura, através da Assessoria de Promoção da Igualdade Racial, instituída com a finalidade de desenvolver ações e iniciativas contra a desigualdade racial.A secretária de Cultura, Flor Duarte, afirmou ser uma honra receber a Assessoria de Promoção da Igualdade Racial na casa da cultura, para uma exposição que expressa as raízes do povo brasileiro. “Quero parabenizar o Ademir, por essa brilhante exposição. Estamos recebendo aqui mais essa manisfestação de cultura. Vivemos em um país de muitas culturas, onde cada um expressa suas raízes e isso faz com que as pessoas passem a conhecer melhores os costumes das outras. Uma das culturas mais poderosas e que ajudou a construir o país, foi a africana, que está presente em muitas coisas do nosso dia-a-dia. Por isso essa exposição nos fará relembrar o início de nosso Brasil”, explicou Flor.
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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Amazonas, grandes projetos e as comunidades tradicionais‏


, grandes projetos e as comunidades tradicionais
Entrevista de Irene Pinheiro, Quilombola de Oriximiná-PA ao Fórum Carajás
Há algum rincão na Amazônia em que não haja situação de tensão pelo controle do território e os recursos lá existentes? A oeste do Pará, região banhada pelo principal rio da Amazônia, o Amazonas, incidem situações entre comunidades tradicionais e as grandes corporações de mineração, de monocultivos e projetos de geração de energia.
Lá a empresa Mineração Rio do Norte (MRN), com controle acionário do grupo Vale em associação com a BHP Billiton, Alcan, CBA, Alcoa Alumínio, Alcoa Word Alumínio, Nork Hidro do Brasil e a Abalco extrai a matéria prima para a produção de alumínio, a bauxita, faz mais de três décadas.
A atividade protagonizou o desastre ambiental do Lago do Batata, com o depósito dos rejeitos do processo da extração mineral por uma década (1979 a 1989). O desastre do Lago do Batata é considerado um dos mais graves acidentes ambientais da Amazônia.
Na mesma região a Cargil é responsável pelo monocultivo da soja e a Alcoa ergue uma planta industrial para a extração de bauxita no município de Juruti. A extração é responsável pela derrubada de cerca de 300 hectares de floresta por ano. O empreendimento conta com o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em oposição a processos de implantação de grandes projetos na região os segmentos contrários realizam seminários, fóruns e distribuem através da internet manifestos, relatórios e denúncias sobre as expropriações que sofrem as comunidades consideradas tradicionais.
Irene Pinheiro, que integra o movimento quilombola de Oriximiná. 48 anos, mãe de três filhos a caçula com 15 anos, a segunda com 21 e o terceiro com 23, separada, graduada em ciências sociais fala ao Fórum Carajás sobre as dinâmicas econômicas, sociais e políticas da região. Irene anima o movimento de mulheres da região do Baixo Amazonas. É uma quilombola da comunidade Irepecuru Cuminá. A militante esteve em Belém, entre os dias 13 a 15 de maio para participar do encontro da coordenação do Fórum da Amazônia Oriental (FAOR), que reuniu organizações sociais do Maranhão, Pará, Tocantins e Amapá, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foi lá que conversamos sobre a comunidade de Irene, as folias, as pelejas e as lutas sociais travadas na região.
Fórum Carajás (FC) – A qual comunidade você pertence?
Irene Pinheiro (IP)- Erepecuru Cuminá. São mais de 300 famílias. Em nossa cena cultural mantemos a folia chamada de aiué. Foi a família do meu pai que ajudou a multiplicar. Lembra a festa de São Benedito. Realizamos sempre em janeiro. É uma dança.
FC- Há outras manifestações?
IP- Temos ainda o lundu, a mazurca e a desfeiteira...
FC -O que é a desfeiteira?
IP- Funciona como se fosse um desafio. Tem os casais. Um diz um verso para o outro e o rival tem de responder. Isso com música e dança rolando.
FC- Como é a produção nas comunidades?
IP- Tem ainda muita castanha do Brasil. É a base. Temos a cooperativa que ajuda na organização. Mas, não conseguimos inserir a mesma e seus derivados na merenda escolar. A agricultura familiar com a produção de macaxeira e lavoura branca serve como forma de subsistência. Algumas famílias produzem peixes e quelônios.
FC- Como anda a agenda da luta da mulher na região?
IP– Temos em nossa agenda a criação de conselhos da condição feminina e das delegacias das mulheres. Há problemas culturais com o machismo. Isso se reflete nas estruturas de poder nos diferentes níveis da administração pública e na justiça.
FC- Já existem delegacias especiais na região?
IP-Existe em Oriximiná, resultado de um seminário sobre políticas públicas. Há uma delegada, mas ela não tem atuado como delegada da mulher. Isso limita a nossa ação. A rotina acaba empurrando a ação da delegada para outros rumos.
FC- E com relação às questões ambientais, quais as principais demandas?
IP – Temos demandas com a empresa chamada Rio Tinto (anglo-australiana) no município de Monte Alegre, Óbidos e Alenquer. Vai explorar bauxita do lado direito do rio Amazonas, no rio Curuá. A Alcoa (estadunidense) encontra-se no município de Juriti na exploração de bauxita e a Mineração Rio do Norte (MRN), explora o mesmo minério em Oriximiná tem mais de trinta anos. Estes são alguns dos grandes projetos na região, sem falar na soja da empresa Cargil em Santarém, cidade pólo. Tem-se ainda vários projetos de hidrelétricas para o rio Tapajós.
FC- Quais os impactos sociais e ambientais que você nota por conta desses grandes projetos?
IP- Temos o assoreamento dos rios, a redução do pescado e a derrubada de floresta. Isso ocorre conforme as empresas avançam sobre os platôs, em particular na derrubada das castanheiras. Tem o histórico acidente do Lago do Batata, onde os rejeitos da extração foram depositados por 10 anos.
FC- Como anda o lago hoje?
IP Recuperou um pouco. Mais não é como era antes. Nunca mais vai ser.
FC- A Vale faz associação com as comunidades?
IP- Faz umas coisas pontuais na cidade. A empresa tem uma tal de agenda 21 lá. O que a empresa faz muito na cidade é doar um computador aqui outro ali, um carro para a secretaria da prefeitura. Há casos na zona rural da empresa implanta uma criação de alevinos...é isso...É tudo pouco. Muito pouco.
FC- Há uma agenda hoje do movimento quilombola da região do Baixo Amazonas?
IP- Hoje não temos uma agenda bem definida como era antes, como a briga pela titulação das nossas terras ancestrais. Ainda temos essa agenda pela titulação, legalização das associações quilombolas e por política de geração de renda.
FC- E a agenda quilombola com o governo do Pará?
IP- As comunidades quilombolas através da EMATER buscam uma política de assistência técnica especifica. Estamos construindo isso. Temos ações pontuais. As mulheres possuem mais ações. As mulheres quilombolas predominam na cena do movimento de mulheres.
FC- Você pode explicar melhor?
IP- Os grupos parecem mais organizados. Temos ações em todos os municípios da região. Hoje estão desenvolvendo no setor de produção atividades com defumados (galinha, porco e peixe) e com derivados da castanha. É uma forma de conservar alimentos e agregar valor. Não temos energia. Tem um experimento de defumados na comunidade de Santa Rita. O trabalhão é feito através da Associação das Associações das Comunidades Quilombolas, paróquias, sindicatos, pastorais sociais, etc.
FC- Existe uma representação que congregue esse povo todo?
IP- É a Associação das Organizações das Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas, ela atua em 13 municípios da região, através de 32 organizações associadas. Temos uma assembléia anual e é nesse espaço que avaliamos as nossas ações e realizamos o nosso planejamento. A associação integra o colegiado do Território da Cidadania. Através da política estamos buscando ações afirmativas na geração de renda. Em nossa agenda há a realização da primeira feira da produção feminina do oeste do Pará. O indicativo é que ela se realize em setembro no município de Santarém. Já realizamos três reuniões e estamos consolidando as parcerias.
FC- Quais as linhas de atuação do movimento de mulheres?
IP- Temos a preocupação de emprego e renda, questão de gênero, violência contra a mulher e o empoderamento da mulher em todo o Baixo Amazonas. O nosso movimento do município de Oriximiná a ênfase é a família quilombola.
Por: Rogério Almeida (jornalista, colaborador do Fórum Carajás)
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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Meu mestre caiçara





Antônio Conceição Moraes, conhecido na capoeiragem como Mestre Caiçara da Bahia, nasceu em Cachoeira de São Felix, no dia 08 de maio de 1924.Cantador de primeira qualidade, contador de muitos casos e estórias da Capoeira, figura muito conhecida das Festas de Largo de Salvador, Mestre Caiçara sempre estava presente em qualquer festejo popular, portando em sua camisa as cores vermelho e verde, promovendo sempre a sua Academia Angola São Jorge dos irmãos Unidos do Mestre Caiçara.
Defensor radical das tradições africanas era sempre bom receber suas bençãos e ouvir sua opinião sobre os grandes Capoeiras do passado e suas considerações sobre a Capoeira de hoje. Todas as tardes ele se encontrava no terreiro de Jesus confabulando, vendendo seu peixe e gingando, mas no dia 28 de agosto de 1997, ele nos deixou com sua arte e magia